Carnaval já vai indo, os foliões se retirando, a galera que curte a festa ainda esperando os últimos blocos na cidade para fechar a tampa neste fim de semana. Pra quem é de carnaval e curte um som atemporal, que tem tudo a ver com a folia, vale a pena ouvir de novo - e sempre - o clássico álbum "Acabou chorare", dos Novos Baianos, que está completando 40 anos em 2012.
Uma pena que eu só fui conhecer o disco com mais de 30 anos de idade. Eu devia ter uns 20 e poucos anos e quase todo o sábado frequentava uma casa noturna perto de casa, em Bonsucesso, chamada Miro's. Havia ali uma banda que tocava sucessos do rock e pop brasileiros, e em especial um número no qual a galera sempre cantava junto: "Preta pretinha", um dos muitos sucessos daquele disco. Um dia, no centro da cidade, finalmente comprei o CD do grupo, com uma capa diferente daquela que ficou famosa - com o que parece ser o final de uma refeição, com a mesa ainda por arrumar, daquele grupo que optou por viver, no melhor estilo hippie da época (1972), em comunidade, num sítio em Vargem Grande, Rio de Janeiro. Na capa do "Acabou chorare" que tenho aqui em casa, está a turma toda dos Novos Baianos, junto com filhos e agregados, uma típica foto "família" - a qual eles realmente eram - de quem viveu todo aquele desbunde setentista.
"Acabou chorare" é hoje e sempre um dos meus "discos de cabeceira", um dos raros procutos artísticos que pego pra ouvir não só no sofá de casa, no carro, em viagens, como também pra anular qualquer baixo astral. Que o digam Marisa Monte, Lucas Santtana, China, Wado e outros talentos que em matéria especial do Segundo Caderno, do Globo, reverenciaram os 40 anos do lançamento do clássico álbum, aquele que pela primeira vez na música brasileira uniu a guitarra de Jimi Hendrix (ave, Pepeu!) ao samba de João Gilberto.
Rock n' Roll, Samba e Carnaval. Para sempre novos. Novos Baianos.
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