quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Rememorando um velho cartão postal....


Resolução para o Ano Novo: voltar a escrever para o blog. Cumprirei? O tempo dirá.

Ok, eu não vou tentar explicar porque este blog ficou tanto tempo desativado, mas este texto - imperfeito, como verão -, é apenas uma tentativa de voltar a utilizá-lo agora em 2014. Depois de meses sem abri-lo, vi que meu último texto, sobre o cantor Roberto Silva (escrito em janeiro!) recebeu um comentário simpático de alguém que também ama a música escolhida. Isso me faz querer continuar. Sei que devo ter perdido milhares de leitores potenciais (brincadeira...rs), mas o que me faz voltar de verdade é a necessidade de escrever sobre cultura, livros, cinema, música, televisão, quadrinhos, enfim, todo meu universo como jornalista e professor de Comunicação. Se alguém por acaso parar um tempinho que seja por aqui e ler um ou outro texto, já me sentirei recompensado.

Fim de ano é época de planos a serem feitos e rememorar o que fizemos de bom ou ruim. Não é hora de falar do que mais me empolgou (ou não) em 2013 porque isso levaria muito tempo. Vou é compartilhar um momento de minha vida com vocês, de uma época em que eu nem imaginara o que estaria fazendo hoje. Falarei rapidamente de minha viagem aos Estados Unidos, em 1995, através das lembranças que voltam à tona motivadas por um cartão postal. Naquele ano, eu embarcara numa viagem costa a costa pela America através da antiga Soletur, a agência que dava as cartas no turismo brasileiro antes da CVC.

Entre as cidades visitadas, estavam Los Angeles, Las Vegas, São Francisco, Washington, Filadélfia e Nova York. Vinte e um dias desbravando as terras americanas. Minha primeira viagem internacional e um período inesquecível. A imagem que vem a seguir é do Chinese Theatre, próximo à calçada da fama, em Hollywood, Los Angeles. Eu estava há menos de três dias nos Estados Unidos e me hospedara na famosa Sunset Boulevard, uma das mais famosas ruas da cidade e mesmo título de um meus filmes preferidos: "Crepúsculo dos deuses" ("Sunset Boulevard", de Billy Wilder). Eu estava na terra de deuses construídos e das ilusões perdidas.




No dia em que comprei o postal, eu já havia tirado algumas fotos de estrelas da calçada da fama. Na mensagem escrita à minha família, contava-lhes uma história que já havia esquecido:

Este é o Chinese Theatre. Diz a lenda que na data de sua inauguração, choveu o dia inteiro em Los Angeles. A atriz homenageada chegou numa limusine, completamente bêbada. Na entrada, levou um tombo e deixou as mãos marcadas no cimento ainda fresco do teatro. Daquele dia em diante, todo grande astro do cinema deixou seu "autógrafo" no local. 
Como estão todos aí no Brasil? Aqui está tudo ótimo. Um beijo grande para mãe, pai, Nanda, Maurício, Valéria e Luarinha. 

Rogério

Pois é. Eu nem lembrava do conteúdo do cartão, muito menos da tal atriz bêbada que teria inaugurado involuntariamente a tradição de marcar as mãos no cimento ainda fresco - um gesto para a eternidade. Quem seria essa atriz? Talvez tenha sido o guia da excursão que me contou. Seria verdade? Não faço ideia, mas sem dúvida uma história boa demais para não ser contada, e por isso a escrevi no postal. Naquele ano a internet ainda engatinhava e pouca gente no Brasil tinha e-mail ou internet (discada). Blogs como esse? Só nos Estados Unidos, e ainda funcionando como diários íntimos. Hoje um e-mail viaja para qualquer lugar do mundo em questão de minutos ou segundos. O cartão levaria duas semanas para chegar ao Brasil, às vésperas de meu retorno.

Em meados de dezembro último, meu pai, que costuma guardar todas estas memórias familiares, me mostrou novamente o cartão. Ao lado, ele anexou uma foto de Arthur, meu filho com, alguns meses de idade, a qual eu lhe dera de presente em 2005, ano de seu nascimento.

Aquele cartão comprado em minha primeira viagem internacional, mais a foto de meu filho bebê, me comoveram e  me fizeram perguntar a mim mesmo: o que seria de nós sem nossas melhores lembranças? Até quando este espaço virtual guardará a imagem daquele cartão, que em uma tarde de 1995, em, solo americano, eu comprei e enviei à minha família? 

Espero que para sempre.

Desejo a todos um Feliz Ano Novo em um ótimo 2014!

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